top of page
Buscar

Desvendando a candidíase de repetição: causas, sintomas e tratamentos efetivos

  • julianamnovaes
  • 14 de mar. de 2023
  • 4 min de leitura

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a candidíase de repetição, também conhecida como candidíase recorrente ou candidíase recividantes é uma condição em que a pessoa apresenta mais que quatro infecções sintomáticas por um fungo chamado Cândida no período de 12 meses.

Essa infecção pode afetar várias partes do corpo, incluindo a boca, a pele, a vagina e o trato urinário.


Embora a Candida albicans seja comumente encontrada no corpo humano, em algumas pessoas, ela pode crescer demais e causar infecções recorrentes. Alguns fatores de risco para a candidíase de repetição incluem uso frequente de antibióticos, sistema imunológico debilitado, diabetes, gravidez, uso de pílulas anticoncepcionais, estresse, alimentação inadequada, entre outros.


Os sintomas mais comuns da candidíase vaginal incluem coceira, vermelhidão, inchaço, dor durante a relação sexual e secreção vaginal espessa, branca e sem cheiro.


É possível diagnosticar a candidíase apenas com estes sintomas, porém no caso de infecções recorrentes, a análise laboratorial é de extrema importância pois nos trará respostas para as seguintes perguntas:

Trata-se realmente de candidíase? Se sim, este tipo de cândida é resistente aos principais antifúngicos?

Existem outros tipos de cândidas, as chamadas não-albicans que são menos comuns, mas podem ser a causa da recorrência. Estes tipos de cândidas não respondem aos antifúngicos comuns e podem ser identificadas por exames laboratoriais específicos.


Estes exames laboratoriais são coletados durante a consulta, através do exame ginecológico. É utilizado um espéculo para visualizar o canal vaginal e o colo uterino, então é coletado uma amostra da secreção vaginal e uterina para análise.

Estes exames incluem: pesquisa de fungos, cultura de fungos, painel de resistência aos antifúngicos e PCR - um exame cuja sigla significa Reação em Cadeia da Polimerase e que detecta o DNA do microorganismo para especificar qual tipo de cândida se trata..


Como é feito o tratamento da candidíase de repetição?

O tratamento da candidíase de repetição começa na entrevista com o paciente. É essencial que seu ginecologista te ouça, entenda como funciona sua rotina, como é o seu hábito intestinal e urinário e como surgem as suas queixas.


Dessa forma, será formado um plano terapêutico individualizado que inclui:

  1. Identificação de fatores de risco: é importante identificar os fatores de risco que podem estar contribuindo para a recorrência das infecções, como diabetes, uso de antibióticos, imunossupressão, gravidez, uso de anticoncepcionais hormonais, entre outros.

  2. Tratamento com antifúngicos: os antifúngicos podem ser administrados por via oral, tópica ou intravaginal, dependendo da gravidade da infecção.

  3. Terapia de manutenção: após o tratamento inicial, pode ser recomendada uma terapia de manutenção para prevenir a recorrência da candidíase. Isso pode envolver o uso de antifúngicos ou outras medicações como ácido bórico por um período prolongado, além da adoção de medidas preventivas, como evitar roupas apertadas e úmidas, manter a área genital limpa e seca e evitar o uso de produtos que possam irritar a pele.

  4. Mudanças na dieta: Algumas pessoas relatam que determinados alimentos podem desencadear a recorrência da candidíase. A eliminação desses alimentos da dieta pode ajudar a prevenir a infecção por fungos. Além disso, a adoção de uma dieta saudável e equilibrada pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico e prevenir a recorrência da candidíase.

Os últimos estudos sugerem que bactérias como os lactobacilos podem ser úteis no tratamento de candidíase de repetição.

Os lactobacilos são uma bactéria benéfica que normalmente habita a vagina e ajuda a manter um ambiente saudável e equilibrado. Estudos recentes mostraram que o uso de suplementos probióticos contendo lactobacilos pode ajudar a restaurar o equilíbrio da microbiota vaginal e reduzir a recorrência da candidíase.

Além disso, os lactobacilos também podem ajudar a melhorar a resposta imunológica da vagina, o que pode ajudar a prevenir infecções fúngicas recorrentes. No entanto, é importante lembrar que mais pesquisas são necessárias para determinar a eficácia dos lactobacilos no tratamento da candidíase de repetição e para identificar o tipo e a dosagem ideais de lactobacilos para esse fim.

Percebam como a alimentação está intimamente ligada com os episódios de candidíase de repetição! Por este motivo, também é importante manter um hábito intestinal saudável.

A constipação pode causar uma acumulação de fezes no cólon, o que pode levar a um aumento da pressão retal e da proliferação de bactérias e fungos no ânus e na região perineal. Isso pode levar à disseminação de fungos, como a Candida, para a área genital e causar infecções fúngicas, incluindo a candidíase.

Além disso, a constipação também pode afetar a flora intestinal saudável, que pode ter um impacto negativo na flora vaginal. A flora intestinal e vaginal estão intimamente ligadas, e quando a flora intestinal está desequilibrada, isso pode afetar o equilíbrio da flora vaginal, tornando-a mais suscetível a infecções fúngicas, como a candidíase.

Por fim, a constipação também pode afetar o sistema imunológico, tornando-o menos eficaz no combate a infecções fúngicas, como a candidíase.

Portanto, é importante tratar a constipação e manter hábitos alimentares saudáveis, incluindo o consumo de alimentos ricos em fibras e a ingestão adequada de água, para ajudar a prevenir a recorrência da candidíase.


Caso você se identifique com os sinais e sintomas aqui descritos, procure um médico que aborde todos estes temas, que te examine e realize uma investigação laboratorial completa.


Referências:

1. Sobel JD. Recurrent vulvovaginal candidiasis. Am J Obstet Gynecol. 2016 Jan;214(1):15-21. doi: 10.1016/j.ajog.2015.06.067. Epub 2015 Jul 9. PMID: 26164695.


2. Matheson A, Mazza D. Recurrent vulvovaginal candidiasis: A review of guideline recommendations. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2017 Apr;57(2):139-145. doi: 10.1111/ajo.12592. Epub 2017 Mar 15. PMID: 28299777.


3. Chee WJY, Chew SY, Than LTL. Vaginal microbiota and the potential of Lactobacillus derivatives in maintaining vaginal health. Microb Cell Fact. 2020 Nov 7;19(1):203. doi: 10.1186/s12934-020-01464-4. PMID: 33160356; PMCID: PMC7648308.


4. Gonçalves B, Ferreira C, Alves CT, Henriques M, Azeredo J, Silva S. Vulvovaginal candidiasis: Epidemiology, microbiology and risk factors. Crit Rev Microbiol. 2016 Nov;42(6):905-27. doi: 10.3109/1040841X.2015.1091805. Epub 2015 Dec 21. PMID: 26690853.


Comentários


Atendimentos em São Paulo e on-line. 

bottom of page